DEPRESSIVO E DEPRIMENTE

Alguma coisa já prenunciava o desastre acometido pela equipe de Julinho Camargo neste domingo de 10 de abril, em NOVO HAMBURGO 1x1 Lajeadense. Passadas mais de 24 horas do ato final do fracasso anilado em campo, o desânimo é tanto que até os sofismas tomam lugar do último resquício de vibração de um anilado que gostaria de manifestar toda sua reprovação para com a forma como a camiseta do clube foi tratada dentro de campo. Situação limite e desastrosa fruto de erros conjuntos, que foram de erros em avaliações preliminares na formação da equipe até o desempenho desonrado e desrespeitoso de jogadores que ainda ganharão uma lista especial aqui neste fórum, mas que podemos dizer ser encabeçada por Michel, Papa e Juba, a trinca incompetente e vacilante do futebol gaúcho. Mas apesar de um cenário precedente nada animador, ainda nos restava neste domingo a esperança. Esperança traída pelo Sr. Julinho Camargo, que falsamente levou à imprensa palavras de ordem de motivação que visivelmente não replicou no vestiário. Ficou evidente que para Julinho Camargo, já então auxiliar técnico do Internacional, o melhor resultado, o mais cômodo possível, seria o empate e conseqüente não classificação para a próxima fase. Assim, não teria que lidar com maiores dores de consciência por abandonar um clube que ainda teria compromissos importantes no campeonato primeiro da primeira divisão gaúcha. Mas é verdade que nada mais fez Julinho Camargo que repetir a apatia com que já vinha se manifestando após os sucessivos empates amargos que sua equipe de frouxos vinha promovendo. Aliás, palavra de homem foi o que faltou para o vestiário anilado, pois fosse feito o que se faz em qualquer empresa cujos funcionários se negam a fazer seu trabalho, poderia ter sido diferente a história. Os poucos que tiveram palavra e demonstraram em campo foram abafados pela atitude descomprometida de alguns indivíduos mal intensionados do plantel anilado. E assim eles sabem que o são. Resta saber se a lição foi aprendida dessa vez. Formas de contrato, teores, cláusulas e, principalmente, objetivos nas contratações. A idéia de se fazer marketing com contratações é a idéia mais provinciana e idiota que um clube que se pretende vencedor pode fazer. O Noia já é há algum tempo muito maior que isso. E é verdade que tudo isso, que esta situação de revolta seja reflexo de algo no fundo bom, afinal, o Noia mudou nos últimos tempos, ganhou destaque, vem ampliando a olhos vistos sua capacidade administrativa, profissional de médio e longo prazos. Mas é justamente por este mesmo motivo que não se pode mais admitir que o numa partida decisiva em casa o torcedor anilado sinta inveja da demonstração de garra e dedicação que jogadores de times como Lajeadense aplicam. Com todo respeito ao belo trabalho do time de Lajeado, o Novo Hamburgo é secular e vem numa crescente de profissionalização auto-anunciada que o coloca na obrigação de certas conquistas. Não é possível que toda organização, trabalho e emprenho profissionais sejam levados a tanto esmo dentro de campo, que é a parte mais importante do trabalho de um clube de futebol. Os dirigentes devem passar um mês sem dormir, afinal, seu trabalho árduo e toda sua preocupação foram ignorados e zombados. A estes, minha palavra de solidarização, independente de julgamentos. Aos que conseguiram dormir esta noite passada, minha palavra de inimizade profunda. Força, Noia! Dá-lhe, Noia!