Cabeça nas nuvens e os pés no chão

Eis que o que parecia impossível começa a ganhar contornos de realidade. Novo Hamburgo chega à final deste gauchão depois de um conturbado primeiro turno com muitas lesões, derrotas e alterações. Mas diferente do que muitos vêm nos acusando de "deslumbramento", sabemos muito bem das dificuldades de se ganhar esta final e levantar a taça. Sabemos que as hegemonias soberanas, da dualidade Azul e Vermelha vivem num planeta à parte, com salários estratosféricos, recursos imensos e uma visibilidade impar. Sabemos de nossas limitações técnicas, sabemos de nossas limitações defensivas, e sabemos de nossas limitações na artilharia. A torcida não esta deslumbrada com o time; estamos deslumbrados sim, com as possibilidades. Nos classificamos para a segunda fase com um ponto a mais que o último lugar do grupo 2. Nos classificamos, com a sensação de que mesmo com um time formado com bons jogadores fomos longe demais. Ainda não tínhamos deslanchado no campeonato quando subitamente o time fica compacto, ganha ritmo e se fecha nos momentos certos. Até parece que vínhamos escondendo o jogo e que o leão finalmente despertou num momento crucial, quando muitos achavam que tudo estava perdido. Cabe a comparação bíblica com Davi que derrotou Golias com um único e certeiro golpe. Cabe também a ressalva que nós temos que derrubar dois gigantes... Os ingressos serão salgados R$ 40,00 no campo inimigo, com uma imensa torcida contra. Mas o golpe certeiro é possível, talvez mais possível do que certo. Domingo é dia de Grenóia, quem sabe o que o destino nos reserva? Uma renovada possibilidade de clássico? Um mais que merecido troféu no ano de nosso centenário? Várias interrogações, mas uma única e inegável certeza: Novo Hamburgo sempre em nossos corações! Bora pra cima Nóia!!! Retroceder nunca, render-se jamais!!!

A HISTÓRIA FOI ESCRITA

“Em 1985 ganhamos do Inter lá dentro do coxo deles, 1x0. Isso que era time!” Cresci ouvindo meu pai contar este feito e sempre sonhei em reviver este momento, só que nunca imaginei que o sabor de uma vitória dessas fosse tão deliciosa.
NOIA É O ORGULHO DO INTERIOR – Pois o Esporte Clube Novo Hamburgo, finalmente resgatou a alcunha que o designava na gloriosa década de 80, “O FANTASMA DOS PAMPAS”. Foi uma partida emblemática, a humildade dos “colonos” de Novo Hamburgo contra a prepotência da capital. O Noia é manchete no Brasil inteiro, pelo fato de ter mostrado que jogo só se ganha dentro de campo e que até mesmo os gigantes devem respeitar aqueles que batalham arduamente. Esta é uma vitória do Aimoré, Esportivo, Pelotas, Caxias, Ypiranga, Brasil, São Paulo, Inter SM, enfim, é o triunfo de todo interior e de todos aqueles clubes que lutam a vida inteira contra a tirania da dupla e que muitas vezes ousaram quebrar este jugo. O anilado jogou de igual pra igual com o Inter, marcou com perfeição e soube explorar os espaços. Vitória merecida. Inter 1x2 Novo Hamburgo.
UM DESAFIO AINDA MAIOR – Tirar o título das mãos do Grêmio, em Porto Alegre, em um estádio Olímpico lotado, é uma tarefa ultra difícil. Sou anilado, acredito no título, mas devo admitir que é muito complicado levantar este caneco. Todos estarão contra o Novo Hamburgo: arbitragem, torcida e o bom time do Grêmio. Vencendo ou não, o Noia já fez o que era considerado impossível e encheu de orgulho a torcida anilada. Anilados estarão espalhados por todos os cantos, seja na arquibancada do Olímpico ou em bares e salas de todo o Estado. É difícil, mas não impossível. O time da capital não vem demonstrando um futebol de alto nível, então por que não sonhar um pouco? Vai ser uma semana do cão, com o nervosismo a flor da pele e que vai culminar com a grande partida de domingo. Que o espírito dos craques e grandes torcedores do passado, estejam com nós. Todos lá, unidos em uma corrente de bons fluídos, nosso clube merece. DÁ-LHE NÓIA!

Abraço

ANILADO, HERÓICO E RETUMBANTE!

Apito final, e 3 segundos depois as primeiras ligações pro celular, seguidas de mensagens e toda sorte de cumprimentos, de hamburguenses e portoalegrenses pela vitória memorável. A sensação, assim como de muitos anilados, foi de euforia, mas a minha quase impossibilitada de extravasar, pois em SC de férias, torcendo pelo Pay Per View na TV de um bar, faltou espaço pra comemorar a classificação às finais do primeiro turno do Gauchão 2010. Sentimento aplacado em grande parte pelas mensagens dos amigos vindas do RS, de dentro do estádio adversário e da Novo Hamburgo, àquela altura em festa nas ruas. Pagando com a ausência o preço da escolha da data de um curto descanso, que já havia protelado para assistir à classificação contra o São Luiz, foi recompensador ver pela TV o empenho, a raça, a humildade e a qualidade superiores que deram ao Anilado do Vale do Sinos a vitória e a classificação em Inter 1x2 E.C. NOVO HAMBURGO, neste domingo inesquecível. E caros amigos, não foi a FGF que atrapalhou o Inter, não foi a suposta dúvida no pênalti sofrido, não foi a sorte de Chicão, não foram os reservas colorados. Foi o NOVO HAMBURGO que venceu essa partida, com brilho e garra de fazer inveja. Pois, a FGF está de parabéns por não ter se dobrado aos caprichos da Dupla pela primeira vez e cedido uma data especial para Fernando Carvalho; o pênalti existiu de fato, como comprova a mão de Muriel no pé de Maiquel; o míssel de Chicão foi o prêmio para todas as outras tentativas em gol durante o jogo; e os reservas colorados são atletas que poderiam ser titulares em qualquer time de Série A de Brasileiro. Assim, sendo, o choro alheio nessa hora é pura perfídia! Não se deixe, torcedor anilado, enganar. A nossa vitória foi merecida, fruto de um trabalho árduo, que agora cala os Fernando’s Carvalho’s da vida, que por hora apenas representam a empáfia da capital, que, mais uma vez, já contava com o insucesso do interior para o já planejado gre-nal. O Noia acabou com a primeira tentativa e deu uma lição em muita gente, foi heróico, de brado retumbante, o verdadeiro Gigante em pleno Beira Rio, o Gigante do Vale do Sinos. A dádiva merecida pelo esforço e pelo sacrifício não apenas da equipe, mas da torcida, que, mais uma vez, foi alvo da Brigada Militar já durante o trajeto a Porto Alegre, autoridade impaciente, arbitrária e abusiva no poder especialmente à torcida do Noia. Cabe aqui a atenção para a repetição do ocorrido, para que tais fatos lamentáveis por parte das autoridades não tirem o brilho de uma torcida que crescerá com o time. E olho no futuro é o que mais precisamos agora, pois no domingo é a final, contra outro da dupla monopolista, em Grêmio x E.C. NOVOHAMBURGO, 28.02.10, às 17h, no Estádio Olímpico, na partida que, acreditem, será a mais difícil. Passada a empolgação da classificação diante do Inter, é preciso colocar a cabeça no lugar e ver eu o pior está por vir. Preparados podemos estar, basta manter a humildade, a determinação, a garra. Assim se pode tornar impossível o título do turno tanto quanto era passar pelo São Luiz e depois o Inter. Força, Noia! Da-lhe, Noia!

UMA AFIRMAÇÃO: NOIA NA SEMIFINAL!

Foi sensacional. Foi o Noia das adversidades, da garra, da força, que deixou barato para o até então "melhor time do interior". Mais uma vez, prevalece a camisa e a tradição anilada, desta feita em E.C. NOVO HAMBURGO 2x0 São Luiz. Essa é a resposta que se quer ver. A recíproca será cada vez mais torcedores, como os 3.500 de ontem, atuantes e que jogaram junto com o time. Avante, Noia! O Anilado do Vale do Sinos passa às semifinais do Gauchão 2010. E agora é pedreira contra um da dupla da capital, em Porto Alegre, no domingo, em Inter x E.C. NOVO HAMBURGO. Impossível? Tanto quanto era passar pelo São Luiz sensação. Força, Noia! Da-lhe, Noia!

Sapateiros Rules!!

Ontem dia 18/02/10, eu estava programado para ir ao estádio e devo confessar que com certo receio assistir a partida Novo Hamburgo X São Luiz. As chances eram iguais para os dois lados e não havia time favorito como de fato pudemos comprovar. Infelizmente ao chegar em casa minha esposa não se sentia bem, e acabei ficando em casa prestando aquela assessoria gestacional. Mas mesmo assim assisti a partida através da TV CÃO, canal mantido pelo grupo RBS. Senti a diferença, ou melhor a indiferença dos narradores à partida, de dois times do interior que em campo davam o melhor de si num embate memoriozo. Chegou ao cúmulo de no meio da narração o locutor Mauricio Saraiva e seu fiel escudeiro ficarem debatendo as novas contratações da dupla gre-nal sendo que logo em seguida a partida entraria no ar um programa exatamente com o intuito de debater exaustivamente sobre a dupla metropolitana. Fora essa insistência cretina em chamar o time de galáctico idiotice repetida inúmeras vezes que chega a torrar a paciência. Enfim um nojo... Mas vamos a partida que é o que interessa. Jogo pegado, arbitragem não economizou cartão amarelo e acabou comprometendo o atacante anilado Rodrigo Mendes para o jogo de domingo. Preto ganhando ritmo já começa a fazer a diferença e Papa lesionado também desfalca o time para a partida contra o Internacional. Grata surpresa o tão criticado jogador Chicão mordia o time adversário com garra. Micael o zagueiro é que anda irreconhecível fazendo erros toscos e que por pouco não põem a perder o gol tão suado conquistado pelo Papa. O time de Ijui voltou no segundo tempo tentando se recuperar mas o Novo Hamburgo fechou bem, e fora 3 chutes perigosos que o goleiro Juninho conseguiu defender o Novo Hamburgo tentava ganhar a bola no contra ataque e avançar pela área adversária sem muito sucesso. O tempo estava acabando e o time do São Luiz partia para o tudo ou nada com competência quando a nova contratação Claudio Luiz mostrou serviço e balançou as redes adversárias decretando o fim de qualquer virada que por ventura viesse a acontecer. Pela TV pude notar que a brigada continua com essa palhaçada do torcedor não poder chegar a grade, ou soltar fogos e fumaça... Acho que o clube podia dar suporte a torcida nessa questão já que o espetáculo fica xoxo e sem vida. Era isso, domingo é contra o Internacional em campo inimigo, muito jogador lesionado, muito jogador com cartão, muita adversidade nessa partida que pode redimir o time de uma primeira fase insossa nesse campeonato gaúcho e quem sabe ir pra cabeça? Vamo que vamo Nóia, domingo é olho de tigre!!

HORA DA RESPOSTA!

É engraçado até. Mas nunca uma classificação à fase seguinte do gauchão foi tão pouco comemorada no Noia. E olhem que este é apenas o segundo ano nas últimas décadas que o clube passa adiante no campeonato. A causa disso não é segredo: um pífio desempenho de uma equipe tão acreditada e que chamou a atenção do estado inteiro pelo seu volume de investimento (nem tanto quanto anunciado pela imprensa da capital, é verdade). Não fosse a fraqueza de todo o grupo do qual faz parte, o Noia hoje seria candidato ao rebaixamento. Sim, candidato a rebaixamento com jogadores do calibre de Gustavo Papa, Kempes, Rodrigo Mendes, Michel, Preto, entre outros, e com direito à dispensa de um técnico como Leandro Machado. Só relacionado assim, em letras digitadas é que se pode ter a noção do ridículo da situação. No entanto, cá estamos nós, às vésperas de uma decisão de quartas-de-final de Gauchão, em E. C. NOVO HAMBURGO x São Luiz, às 19h dessa quinta-feira de 18.02. E ela, que teima, que ressurge sempre no coração anilado de verdade, que brota da mais amarga desilusão, está de volta: a esperança, nas suas mais diversas formas e intensidades. A desta torcida, tenho certeza, a esta altura da madrugada da decisão, já acumula níveis vibrantes. Pois temos acompanhado esse time o tempo suficiente para lembrar que este é o time das adversidades, da virada, da surpresa. E não relacionaremos aqui nenhuma lembrança, nenhuma historinha de papo de boteco, nenhum fato do passado de glórias. Apenas levaremos ao estádio nessa quinta a nossa certeza disso: de que este é o time da adversidade, que nela ele encontra a força pra superação. E a esperança começa desde já, com a tomada de consciência da equipe anilada das suas capacidades, como se lesse nessas mal traçadas o registro do ridículo engano que acontece, que tomasse como ofensa, que fosse, pra responder como se responde a quem coloca em dúvida sua capacidade, com a atitude de quem defende a sua honra e por assim agir defender a honra de quem lhe paga o salário e quem lhe confia o manto que ostenta o seu escudo, símbolo amado e venerado por tantos. Seja o resultado que for, que não falte o que merecemos: raça e honra à camisa anilada. Decisão em futebol não tem lógica, apenas uma: a de que se joga pela vida. Estaremos lá, jogaremos junto, suaremos, vibraremos, e essa é nossa resposta a quem não acredita! Força, Noia! Da-lhe, Noia!

2010

Confesso que estou muito decepcionado com o rendimento do time. Quanto ao jogo contra o Inter e as barbaridades que aconteceram, que todos nós sabemos, nem vou mais comentar. A minha decepção é enorme, pelo fato de nunca o clube ter investido tanto em termos de contratações de jogadores e estrutura, e ter recebido um retorno tão pífio dos atletas. Fosse um time barato e sem grandes nomes, eu entenderia os problemas dentro de campo. A questão é que o clube não poupou para trazer jogadores em nível de primeira divisão do futebol brasileiro, fornece uma estrutura que poucos clubes possuem (estádio, pré temporada, vestiários, alimentação, salários em dia, etc) e o cara vai no campo e vê um bando, que corre quando quer, desentrosado, joga se quiser, enfim, que não rende o que deveria, seja com Leandro, seja com Gilmar. Não admito que todos anos, o Noia faça campanhas bem inferiores a clubes como São Luis, Santa Cruz, São José, Veranópolis, etc. Perder pra dupla grenal, tudo bem. Ter dificuldades contra a dupla caju, também se entende. A verdade é que todo Gaúchão é sempre a mesma coisa. Acho que a direção de futebol sempre trouxe bons jogadores, mas nunca conseguiu formar um bom time. No papel, sempre somos favoritos, mas na prática... Nesses momentos se entende o motivo pelo qual é tão difícil ter apoio na arquibancada, conquistar novos torcedores e sócios. É triste, muito triste. Acho que o modo de conduzir o futebol precisa mudar, pois algo vem sendo mal pensado e não é de hoje. Não vivo o dia a dia do clube, por isso não sei onde e nem como está se errando. Apenas acho que algumas coisas devem ser revistas e espero que estejam aprendendo com esses erros. O Noia vai classificar, vai melhorar, mas não sei se chegaremos a conquistar uma vaga na Série D. O fato é que o time está devendo.

Abraço e DÁ-LHE NOIA!

NOIA REFORÇA A ZAGA

Nesta terça-feira, o Vice de Futebol do Noia, Luizinho, anunciou o reforço na defesa anilada, o zagueiro Cláudio Luiz, 32 anos. O novo zagueiro do Noia chega no final da tarde de hoje e já estará à disposição do técnico Gilmar Iser para o jogo contra o Santa Cruz, no sábado, no Estádio do Vale. Cláudio Luiz estava atuando pela equipe do Náutico. Além do time Pernambucano, Cláudio Luiz também defendeu as cores do Vitória-Ba, Figueirense-SC e Criciúma-SC.

Fonte: Assessoria de Imprensa ECNH/Eduardo Pires

AGORA VAI?

Seria bem bom se o popularismo do presidente contagiasse e emprestasse simpatia ao nosso clube mesmo. Força, Noia! Dale, Noia!

TRAPALHADAS E PALHAÇADAS

Ontem era um dia de emoção garantida. Ir ao estádio do meu time, o time do coração e único, assistir ele jogar, e contra um dos dois favorecidos times da capital, o Inter. Só não imaginava que outras emoções teriam lugar no Estádio do Vale, em E.C. NOVO HAMBURGO 1x3 Inter. Já no começo da partida, 3 integrantes da Fogo Anil, entre eles este que escreve, foram detidos por fazer aquilo que fazem há mais de 10 anos, acender, com responsabilidade, sinalizadores para celebrar a aparição do time que tanto amamos. Atitude do policiamento parcial, que assistiu de camarote a torcida adversária (e visitante!) acender quantos sinalizadores quisesse. Fora este fato, a ação do policiamento exclusivamente junto à torcida mandante foi de fazer lembrar algo como um campo de concentração. Levantar nas jogadas mais emocionantes não podia, fazer movimentos bruscos não eram recomendados, e até a recomendação de não ficar junto à tela ganhou ares irônicos, pois era o policiamento ostensivo e desmedido da brigada junto aos torcedores anilados que atrapalhava a visão do jogo. Pertinente observar que essa preocupação se restringiu á parte interna do estádio, pois, fora dele, a Brigada permitiu que torcedores colorados e anilados transitassem no mesmo espaço, alheios aos perigos dos confrontos. Festa garantida aos colorados. Fato que parece ter encorajado a atuação da arbitragem da partida, essa sim, o desastre da noite. Se não dizer isso, o que dizer de um trio que isentou o Inter de três penalidades cometidas reais? Sim, você não leu errado. Foram 3, três!, penalidades não dadas a favor do Noia e que poderiam ter mudado o placar do jogo, que aquela altura era de 1x2 para o visitante, numa pressão anilada. Foi apenas isso fato determinante? Não, o Novo Hamburgo errou. E nem a boa reestréia do Gilmar Iser fez com que as trapalhadas recorrentes tivessem êxito na insistência, como perder gol na cara do goleiro (Gustavo Papa!) e fazer lambança na zaga (de novo!) nos 3 gols que tomou. Mas até isso pode ter uma leve influência de uma arbitragem que apenas confirmou as maiores receios da torcida anilada antes da partida: o Sr. Francisco veio a Novo Hamburgo com uma missão, a de facilitar as coisas pro seu colorado. E conseguiu. E assim, mais uma vez, o Interior sofre as conseqüências da hegemonia. A mesma palhaçada de sempre. Menos mal que a torcida anilada mostrou, apesar de todas as adversidades, que pulsa, que vibra e vive. E isso dói muito em muitos na frente da TV. Entre palhaçadas e trapalhadas, seguimos adiante. Força, Noia! Dale, Noia!

Quarta- Feira de Cinzas

Triste acordar nesta quinta, e perceber o quão ineficiente fomos nessa quarta-feira passada... Uma cidade com mais de 200 mil habitantes capaz de proporcionar um festival de erros digno das tragicomédias shakespearianas. Faltam-me dedos para enumerá-los.
Comecemos pela lamentável atuação da brigada militar cujo lema é proteger e servir; e fez justamente o contrário, desserviu... Imbuída de um espírito truculento, a brigada parece que veio ao estádio do Vale para conter uma turba de hooligans ensandecidos. Já na chegada, conseguiu formar um labirinto de carros que se debatiam pelas vielas da proximidade do estádio não permitindo estacionamento. Depois vetaram o uso de faixas pela torcida, vetaram que a torcida ficasse de pé, vetaram que a torcida chegasse à grade, vetaram o uso de fumaça e fogos pequenos. Oras, se é pra ficar quieto sentado, eu assisto ao jogo pela TV! Pois então chegaram ao ápice da cretinice, quando recolheram três integrantes da torcida da Fogo Anil por estar portando fumaça enquanto do outro lado do campo, a torcida do internacional utilizava sinalizadores e o escambau. O mínimo que podíamos pedir é igualdade de tratamento... Em todos esses anos a torcida Fogo Anil é notoriamente reconhecida pelo repúdio a violência, pela forma alegre com que torce, inclusive fazendo amizades e fortalecendo laços com as torcidas adversárias. Resumindo, deplorável as atitudes tomadas, que apenas afastam o bom torcedor do estádio, a qual vou queixar-me junto a federação gaúcha de futebol e sugiro que você caro leitor também o faça, para não se sentir outra vez subjugado e impotente ante a empáfia e a falta de zelo dessa instituição.
Dando continuidade ao festival de erros, vamos citar o bar. Não é a primeira vez, e infelizmente, não será a última que o bar do estádio não consegue atender ao público presente. Já contra o Veranópolis a cerveja havia acabado no meio do jogo... Pois ontem, mesmo o bar sabendo que haveria um aumento considerável de torcedores/consumidores, conseguiu a façanha de já no inicio do primeiro tempo não ter mais cerveja, nem água, nem refrigerante gelado. Isso num dia cujas temperaturas beiravam infernais 40 e tantos graus... Isso é amadorismo e falta de competência.
O trio de arbitragem como era de se esperar, cumpriu o seu papel de favorecer mais uma vez a dupla grêmio e inter, como se eles ainda precisassem disso (na real precisam)... Dois pênaltis claros que não foram cobrados em favor do Novo Hamburgo, depois tentou amenizar as cagadas anulando um gol cujo impedimento é discutível. Nos dá a sensação legítima que o resultado final, nunca é o real contra a dupla grenal...
A torcida, apática e desmotivada também não ajudou, parecia um bando de manequins. Gente!! Vamos puxar o coro no Ole olé ola nóia nóia!! Vamos aprender a rir da nossa desgraça... Chega de criticar por criticar. Parece que abriram as comportas do asilo e um monte de véio birrento e cansado entrou no estádio.
E por fim, o time... Mais uma vez, apático. Mais uma vez desmotivado. Mais uma vez desfalcado. Errando em lugares que não se pode errar. Até mesmo Micael, o zagueiro que em outras partidas afastava qualquer perigo, furou no mínimo duas importantes vezes. O time bateu cabeça, não se encontrou, não conseguia passar do meio de campo, e o inter jogou nessa deficiência, armando contra-ataques ligeiros, batendo impunemente e mesmo com um time mediano conseguiu fazer 3 gols. Era um jogo para se resguardar e ganhar confiança. Era um jogo para o técnico Gilmar Iser tirar suas conclusões. Acabou virando um jogo para se esquecer.

A Volta dos que não Foram

Achei pertinente escrever sobre este retorno do técnico Gilmar Iser ao Esporte Clube Novo Hamburgo. Acredito que todos nós saibamos dos fatos acontecidos no ano passado quando o Novo Hamburgo vinha embalado no Campeonato Gaúcho, e prestes a enfrentar uma “pedreira” contra o time titular do Inter, o técnico Gilmar se demitiu do Novo Hamburgo para tentar reerguer o Juventude que vinha (e vem) numa queda vertiginosa. O auxiliar técnico Paulo Turra assumiu a bronca com competência e coragem, porém não conseguiu manter o time nas primeiras posições, e logo depois, saímos prematuramente do campeonato. No segundo semestre o clube continuou apostando em Paulo Turra para a Copa Dallegrave onde mais uma vez não conseguiu grandes resultados, o que acabou por determinar a demissão de Turra para a entrada de Leandro Machado, promessa de grande treinador, associada a boas contratações. Agora tínhamos tudo para estar nas primeiras posições com certo conforto, mas não é o que vem acontecendo... Num campeonato em que cada jogo pode significar uma boa tomada de posições, o Novo Hamburgo que teve sua formação fechada poucos dias antes do iniciar o campeonato, ao invés de ganhar corpo e desenvoltura, vem batendo cabeça com raríssimas finalizações e uma zaga sofrível... As duas últimas derrotas contra o São Luiz e o Caxias, culminaram na demissão de Leandro Machado, e fez com que o clube recorresse ao técnico que outrora havia abandonado o clube. Acho que cabe aqui uma comparação novelística ao marido que abandona o lar por um rabo de saia, quando a esposa esta prestes a ganhar um bebê, e depois de renegado pela amasia, retorna ao lar. O desconforto é notório. Na época que o fato aconteceu, houveram dirigentes que bradavam “ele nunca mais coloca os pés no Novo Hamburgo”. A torcida injuriada por tamanho abandono, manifestou seu descontentamento com a faixa “Adeus I$er” exorcizando o fantasma do futebol mercenário por uma visão romantica que talvez só exista mesmo em nossos sofridos corações. Mas eis que o tempo se mostou mais uma vez remédio para tudo nessa vida. Até mesmo para o futebol. O fato é que Gilmar Iser vinha cortejando o clube faz tempo. E o clube nunca deixou de acalentar esse amor bandido. Não podemos negar que nossa história de amor com o técnico foi linda, nos concedeu um título inesquecível e talvez estivesse mesmo na hora de tentar uma renovação, um tempo no relacionamento para voltar agora triunfante com os ânimos recuperados. Faltou comprometimento, mas jamais faltou respeito. Faltou profissionalismo, mas jamais faltou competência. Faltou dinheiro, mas jamais faltou empenho. Pesando na balança, a diretoria achou por bem relevar as mágoas passadas, e aceitar de volta esse grande técnico. E Gilmar também por acreditar que sua história de amor para com o clube ainda não terminou. Vou dar esse voto de confiança ao Gilmar que tantas alegrias me concedeu, e peço que a torcida também o faça. O assunto já foi debatido a exaustão e cabe a nós relevar, olhar pra frente. Vamos focar nossa atenção em sanar nossos maiores problemas. Precisamos aumentar significativamente o número de finalizações. Não podemos mais errar passes como vem acontecendo. Não se pode permitir cruzamentos livres na área, nem que o nanico Chicão tente ganhar cabeceio de frente pro gol. Falta estruturar e educar o time, pois temos um grande potencial. Paulinho, Papa, e Rodrigo Mendes se mostram boas surpresas e profissionais dignos de vestir a camisa do Nóia. Cabe a outros conscientizarem-se que sem empenho e competência, não se vai a lugar algum. Bom retorno ao lar, Gilmar. Sucesso para todos. Quem sabe não retomamos aquela história abruptamente interrompida ano passado nesse jogo contra o Inter? Vamo lá Nóia!